sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Os grandes mistérios de Saturno


Depois da Terra, Saturno provavelmente é o planeta mais reconhecível do nosso sistema solar, graças ao seu sistema de anéis únicos e resplandecentes.
Mas os anéis são apenas a ponta do iceberg quando se trata das estranhezas e maravilhas deste planeta. Desde 2004, a sonda Cassini da NASA observa Saturno, seus anéis e suas luas, com grande detalhamento. Essa missão ajuda a resolver alguns dos grandes mistérios científicos do planeta. Confira os principais:
De onde vêm os anéis?
Embora outros três gigantes gasosos do nosso sistema solar – Júpiter, Urano e Netuno – também tenham anéis, nenhum deles é tão denso, espesso e surpreendente quanto os de Saturno.
Compostos principalmente de partículas de gelo, eles começam cerca de 6 mil quilômetros acima do equador de Saturno e se estendem cerca de 120 mil quilômetros para o espaço. Os anéis têm numerosas lacunas e podem ser relativamente jovens, apenas com algumas centenas de milhões de anos. Ou não; eles podem remontar ao nascimento de Saturno, mais de quatro bilhões de anos atrás.
Isso porque os cientistas ainda não têm a certeza de quando os anéis foram formados e quanto tempo eles podem durar. As duas teorias mais aceitas são que os anéis surgiram a partir da destruição de uma lua do planeta, causada pela gravidade de Saturno ou em uma colisão com outro corpo, ou então os anéis surgiram a partir de restos antigos da formação de Saturno.
Tempestades enfurecidas
Em dezembro passado, uma enorme tempestade branca irrompeu no hemisfério norte de Saturno. O fenômeno foi tão grande que pode ser registrado a partir de telescópios na Terra.
Os astrônomos têm observado essas grandes tempestades a cada 30 anos terrestres. Isso significa que o evento ocorre a cada ano em Saturno, o que sugere algum tipo de conexão com as tempestades sazonais.
A origem da fonte de energia para estas tempestades ainda são desconhecidas. Mas é conhecido que elas têm muita energia e podem ter algo a dizer sobre a grande diferença do funcionamento das atmosferas em cada planeta.
O enigmático hexágono de Saturno
No início da década de 80, a sonda Voyage avistou nuvens de formato hexagonal acima do pólo norte de Saturno, e a nave Cassini tem seguido esse fenômeno meteorológico nos últimos anos. O formato estranho chama a atenção, e seu tamanho também: o hexágono poderia suportar quatro planetas Terra dentro dele.
Pesquisadores simularam hexágonos e outras formas poligonais com um turbilhonamento de líquido dentro de um tanque em velocidades variáveis, sugerindo que o hexágono de Saturno pode ser uma esquisitice da mecânica dos fluidos de corpos em rotação.
No entanto, a longevidade e estabilidade desta corrente de jato de Saturno vão deixar os cientistas coçando suas cabeças nos próximos anos.
Medindo o tempo em Saturno
Medir a duração do dia em Saturno – ou em qualquer outro gigante gasoso – não é uma tarefa fácil. Ao contrário dos planetas com bases sólidas e pontos de referência, os padrões de nuvens em planetas gasosos não representam, necessariamente, o giro interno do seu núcleo.
Para compensar isso, os cientistas registram o ritmo do planeta a partir das emissões de rádio que são geradas naturalmente por ele. Essa técnica funcionou bem para Júpiter, mas as medições da sonda Cassini em 2004 indicaram um dia com misteriosos 6 minutos lá, o que obviamente não era possível.
Mais tarde, pesquisas descobriram que o campo magnético de Saturno produz sinais de rádio, mas eles não ficam em sintonia com a rotação do planeta. Depois de percebida a falha, cientistas conseguiram dados razoavelmente precisos de que o dia em Saturno dura 10 horas, 32 minutos e 35 segundos. A margem de erro pode ser de até quatro dias de um ano para o outro. [Life'sLittleMysteries]

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Terra já teve uma segunda lua, que colidiu com a atual

Terra já teve uma segunda lua, que colidiu com a atual

04/08/2011 - 13h52 | da Folha.com
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
A Terra já teve duas luas e, mais de 4 bilhões de anos atrás, elas se chocaram.

A menor levou a pior e acabou esmagada por aquela que vemos no céu até hoje.

O incidente, no entanto, deixou marcas: o satélite tem um lado "torto", assimétrico.

É essa a explicação que uma dupla de cientistas propõe, em artigo publicado nesta quinta-feira, para explicar as enormes diferenças na superfície entre os dois lados do satélite.

Os pesquisadores acreditam que as duas luas se formaram no mesmo evento: uma colisão entre a Terra e um objeto do tamanho de Marte ainda nos primórdios do Sistema Solar.

A grande quantidade de resíduos que esse choque provocou teria dado origem aos dois satélites.

A minilua teria cerca de um terço do diâmetro da atual (1.200 km), mas apenas 4% de sua massa.

Usando simulações e cálculos avançados no computador, os autores do trabalho, publicado na revista "Nature", concluíram que o outro satélite, antes de atingir a Lua, passou milhares de anos convivendo com ela.

A minilua só não foi destruída antes devido à localização estratégica que ela acabou ocupando.

Ela se encontrava no que se chama de órbita troiana: pontos localizados à frente ou atrás da órbita da Lua, em posições onde a gravidade dela e a da Terra estavam equilibradas. Uma área mais "calma" e estável para o desenvolvimento do objeto.

Com o tempo e a expansão da órbita da nossa atual Lua, a trajetória da sua companheira acabou se desestabilizando, e elas colidiram.


Editoria de arte/folhapress


CHOQUE

A batida teria acontecido em uma velocidade relativamente baixa. Algo aproximadamente entre 7.200 km/h e 10.800 km/h.

Como a Lua ainda estava "mole" --não havia se solidificado por completo após a formação--, o choque "lento" teria provocado as enormes elevações de mais de 2 km presentes hoje, ao invés de uma grande cratera.

Boa parte do material --que tinha essencialmente a mesma composição do da Lua-- acabou "espalhada" por nosso satélite como uma camada muito espessa.

Com o impacto, o magma (grosso modo, rocha liquefeita) que ainda existia na Lua foi empurrado para o outro lado, o que explicaria por que certos elementos, como o fósforo e o urânio, estão concentrados na crosta.

CRÍTICA

"Do ponto de vista da simulação do choque entre as duas luas, o artigo é impecável. O modelo é muito bom. as hipóteses que eles colocam são bem razoáveis", avalia Fernando Roig, pesquisador do Observatório Nacional.

Para ele. no entanto, o que ainda precisa de mais esclarecimentos são os modelos orbitais no momento da colisão entre os corpos. "É o elo fraco do artigo. Precisa ser mais esclarecido", avalia o cientista.

Nasa anuncia evidência de água líquida na superfície de Marte

Nasa anuncia evidência de água líquida na superfície de Marte


04/08/2011 - 16h12 | da Folha.com
DE SÃO PAULO
A Nasa (agência espacial americana) confirmou, nesta quinta-feira, ter fortes evidências da existência de água líquida na superfície de Marte.
Os dados foram coletados pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) durante os meses mais quentes do planeta vermelho.
"[A descoberta] reafirma Marte como um importante destino para a exploração humana no futuro", comentou o administrador da Nasa, Charles Bolden.
A água líquida, que seria salgada, aparece em encostas voltadas para o hemisfério sul de Marte --a existência de água congelada próximo à superfície, em diversas regiões do planeta, já havia sido anunciada antes.
De cor enegrecida, a substância foi vista durante a primavera e o verão. No inverno, tornou-se menos visível. E voltou a surgir na primavera seguinte.
"As linhas escuras são diferentes de outros tipos de recursos [encontrados] nas encostas marcianas", disse o cientista Richard Zurek, do projeto Jet (Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa), em Pasadena, Califórnia.
"Repetidas observações mostram que [elas] se estendem cada vez mais para baixo com o tempo, durante o aquecimento da temporada."
Segundo Alfred McEwen, da Universidade do Arizona e principal autor de um estudo sobre o assunto publicado nesta quinta-feira na revista "Science", o fluxo não é negro por estar úmido, mas por outras razões ainda desconhecidas.
Alguns aspectos das observações feitas pela sonda intrigam os cientistas, mas o fato de a água ser salgada reforçaria a hipótese de o solo marciano conter o líquido.
Nas estações mais quentes, a temperatura local subiria acima do ponto de congelamento e a água escorreria sob uma fina camada de poeira, encosta abaixo.
Depósitos salinos na superfície marciana eram abundantes no passado, e estudos recentes sugerem que eles ainda se formariam de modo mais limitado em algumas áreas.
  Univ. of Arizona/JPL-Caltech/Nasa
Imagem feita em 3-D mostra provável água em estado líquido escorrendo de uma encosta do planeta vermelhoImagem feita em 3-D mostra provável água em estado líquido escorrendo de uma encosta do planeta vermelho